domingo, 25 de novembro de 2012
Essência do evangelho é a compaixão sem interesse
Um exemplo de lição é a turma jovem cristão que levou amor de Jesus à Parada Gay, em Goiânia, em setembro deste ano |
Por causa dessa afirmação, alguns "crentes" de plantão vão me chamar de herege, vão dizer que sou moderninha e vão ainda acrescentar que eu nem convertida de verdade sou. Eles vão questionar sobre como posso amar pessoas tão pecadoras, que querem ir de encontro à liberdade religiosa, que criticam os evangélicos. Digo: meus ouvidos estão fechados para escutar argumentos tão mesquinhos e egoístas.
De onde tiro embasamento para amar: da Bíblia. E acrescento: também amo as pessoas que têm uma religião diferente da minha. Amo pessoas que praticam coisas que não concordo. Também tenho amor por pessoas que nem religião tem.
Algo que tenho aprendido muito com a Palavra de Deus é não fazer acepção de pessoas. Tenho visto um crescimento gigante de cristãos intolerantes radicais, que querem impor uma verdade, mas não querem amar.
O amor, dentro da pregação agressiva do evangelho, torna-se apenas um detalhe quase imperceptível. E o interessante é que Paulo já alertava sobre a falta de amor. Em I Coríntios 13, o apóstolo fala que o amor é a essência do evangelho de Jesus.
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. (1 Coríntios 13:1-9)
Por que pregar sobre o Caminho se não for por amor? Por que ter dons espirituais se não vou usá-los com amor? Para que ter dom da profecia se não tiver amor ao anunciar a Palavra de Deus?
Será que os cristãos atuais sabem que amar ao próximo é o segundo maior mandamento do Senhor? Pois é, quem não cumpre essa ordenança, lamento dizer, é um pecador não arrependido. É um pecador não transformado, não regenerado.
Sinceramente, não estou preocupada com ativismo de qualquer espécie. Não estou preocupada com a luta gay por direitos, que segundo alguns, vão atrapalhar os evangélicos. O que me incomoda é saber que em vez do Evangelho da Paz ser pregado tem-se propagado por aí um falso evangelho, que tem como base o ódio e a intolerância ao ser humano.
Eu acredito num Deus soberano que governa o universo. Tudo que acontece é permitido por Ele. Nada ocorre sem que ele autorize. Por que vou me preocupar com leis se meu Deus está acima de tudo isso?
Natureza pecaminosa
As igrejas aprenderam a rotular pecados e a hierarquizá-los. Gays, prostitutas, pessoas que fazem sexo antes do casamento, que roubam, matam são mais "pecadoras" e por isso precisam ser rejeitadas. Já perdi as contas de quantas vezes vi essas atitudes dentro das igrejas. Cansei de ver pessoas condenando outras ao inferno.
Vou dizer algo que muitos não vão concordar: as pessoas não vão para o inferno apenas por causa de seus atos. Elas vão ser condenadas a viver longe de Deus na eternidade porque simplesmente não conheceram ao Senhor aqui na Terra. E isso vale para todas as pessoas até para aquelas que são consideradas "boas".
Os homens que não conhecem a Deus são escravos do pecado e por rejeitar a ação de Deus em suas vidas, o Senhor os entrega às paixões humanas.
Porque no evangelho é revelada a justiça de Deus, uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo viverá pela fé".Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e os seus corações insensatos se obscureceram. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos dos seus corações, para a degradação dos seus corpos entre si. Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam. (Romanos 1:17-32).
O evangelho de Jesus é fantástico por sua riqueza. Ele nos traz um conhecimento capaz de nos deixar perplexos.Quando somos realmente regenerados por Jesus nossas mentes são abertas para o mundo espiritual e passamos a enxergar além dos conceitos humanos. Nós passamos a ver que não somos merecedores de nada. A salvação chega até nós por meio da graça de Deus.
Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira. (Efésios 2:3)
Ser convertido em Jesus Cristo, recebê-lo como salvador, é percorrer para o mundo anunciando o evangelho a toda a criatura, independente do que ela pensa ou faz. É pregar a Palavra de Deus sem interesses pessoais, sem convicções próprias. É apresentar um Deus que ama e que é justo. É mostrar um Deus que não se alegra com os homens que são rebeldes e que não querem ter um relacionamento com Ele.
Ser um filho do Senhor é demonstrar o amor e anunciar um amor ainda maior: que é o de Jesus. É falar dEle, que é o princípio e o fim, que foi crucificado antes da criação do mundo para que a humanidade pudesse um dia conhecer ao Pai.
Ser um cristão é tirar a capa do orgulho, é se livrar da vanglória, é tratar todos de igual para igual. É ser humilde para reconhecer que também é um pecador, mas que foi liberto do mal por causa da ação de Jesus Cristo.
Jesus declarou: "Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo". (João 3:3)
O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu ter dito: É necessário que vocês nasçam de novo. (João 3:6)
O verdadeiro servo de Deus reconhece que precisou da interferência divina para ser uma nova criatura.
Portanto, ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à lei, pois é mediante a lei que nos tornamos plenamente conscientes do pecado. Mas agora se manifestou uma justiça que provém de Deus, independente da lei, da qual testemunham a Lei e os Profetas, justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para todos os que crêem. Não há distinção, pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue, demonstrando a sua justiça. Em sua tolerância, havia deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; mas, no presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde está, então, o motivo de vanglória? É excluído. Baseado em que princípio? No da obediência à lei? Não, mas no princípio da fé. (Romanos 3:20-27)
Longe do pragmatismo
Quando falo em amar a todos igualmente não uso o discurso pragmático de que tudo pode. Também não afirmo que todos os caminhos levam a Deus. Apenas digo que devemos suportar uns aos outros mesmo não tolerando o pecado, mesmo não aceitando a corrupção do mundo. Mas o nosso papel não é condenar os nossos semelhantes e sim pregar o evangelho do jeito que ele é, amando a todos, mesmo aqueles que não entendem a Justiça de Deus.
Nós cristãos precisamos ser mais humildes assim como foi Jesus e reconhecer que precisamos dele para conseguirmos a salvação.
Jesus lhes disse: "Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar justos, mas pecadores". (Marcos 2:17)
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8 comentários:
Muito bom o texto. Subversivo aos fundamentalistas e misericordioso para com os fracos.
Parabén Mika. Vc está nos abençoando e semeando vida nos corações daqueles que necessitam da graça de DEus.
Olá, Misa. Obrigada pelo elogio, mas não sou tudo isso não. Quem dera fosse.
Excelente debate. Achei muito válida suas colocações e citaçöes biblícas para falar do verdadeiro amor. Acho que todo cristão merecia ler este texto e se perguntar a qurm cabe julgar o que se convem a chamar de pecado. Acredito que os ignorantes, ou seja, quem não compreende os desígnios de Deus tendem a satanizar o que desconhece.
Ei, Lucas. O que digo é que apesar de amarmos devemos pregar o evangelho e mostrar a verdadeira face de Deus. E apresentar quem ele é, sua santidade, sua Justiça. O objetivo do cristão deve ser levar a mensagem do arrependimento. E o que é arrependimento? É entender que você não merece, mas Deus quer te salvar, Deus quer te fazer uma nova criatura. E como você sabe que é uma nova criatura? Deixando de lado sua vontade humana, sua carne, para seguir aos propósitos de Deus. Lógico que você continuará a ser sujeito ao pecado, mas tentará resistir por amor a Deus.
Ah, detalhe: pecado pode ser até usar computador, ver TV, caso o coração esteja focado nisso e não em Deus.
Concordo com seu ponto de vista. Deus ama o pecador e não o pecado. Ou seja, quem se permite ser transformado encontra o perdão. Acho que todos deveriam pensar assim. Propagar o amor, a fé e se esquecer dos julgamentos. E sobre os gays, o tema é denso demais e, por vezes, incoerente.
Concordo com seu ponto de vista. Deus ama o pecador e não o pecado. Ou seja, quem se permite ser transformado encontra o perdão. Acho que todos deveriam pensar assim. Propagar o amor, a fé e se esquecer dos julgamentos. E sobre os gays, o tema é denso demais e, por vezes, incoerente.
Deus a abençoe minha amada. O texto é muito claro. Amar de verdade envolve expor a verdade.
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