domingo, 1 de julho de 2012
Igrejas históricas ficam para trás. Enquanto isso, movimento neopentecostal toma conta do país
O IBGE mostra que existem mais de 42 milhões de cristãos não-católicos no país. O número de fiéis saltou 62% de 2000 para 2010. Com esses números poderíamos concluir que o evangelho de Cristo tem se espalhado e rompendo barreiras, sendo pregado em todos os lugares. Hoje, em cada esquina há uma igreja. Em cada lugar, um devoto. Mas não temos muito o quê comemorar. Em meio a tantas crenças, está difícil saber onde realmente está o rebanho de crentes em Jesus. Isso porque vivemos mais do que nunca o momento do sincretismo religioso. Igrejas que se dizem protestantes estão aderindo a dogmas de outras religiões, proclamam a doutrina da prosperidade e se agarram ao misticismo como rocha da fé.
Os números do último Censo Demográfico nos mostram uma tendência que está apenas a crescer. O movimento carismático e outras religiões identificadas como cristãs estão alastrando suas doutrinas e arrematando muitos corações. Os dados não negam isso.
Segundo o IBGE, o neopentecostalismo, por exemplo, conseguiu aumentar o número de fiéis, em dez anos, em 43%. Outras religiões que levam título de igrejas evangélicas tiveram avanço de 599%. Enquanto isso, as igrejas históricas, como Batistas, Presbiterianas, Luterana, Anglicana, conseguiram expandir em apenas 7%.
No Espírito Santo, Estado que pelo nome demonstra ter uma vocação diferenciada, já são quase um terço de cristãos não-católicos, segundo o IBGE. Mas, apesar dos números, não dá para dizer que o Estado está cada vez mais evangélico.
Em todo o país, alguém está levando em conta a qualidade da mensagem pregada? Ao avaliarmos o avanço do cristianismo protestante precisamos verificar quais teologias e doutrinas estão criando raízes e os frutos que têm sido colhidos por aí.
Aqui no Espírito Santo o que chama atenção é a dominação do movimento carismático e de outras seitas que professam alguma ligação ao cristianismo. Só os neopentecostais passaram de 333.481 pessoas para 642.573 (alta de 92%). Já as outras denominações não identificadas se expandiram ainda mais: deram um salto de 15.450 para 129.747 (734%).
As igrejas históricas, chamadas pelo IBGE, de igrejas de missões, também cresceram, no entanto em menor proporção, atingindo um total de 391.922 membros, enquanto em 2000 eram 262.924.
Agora, minha pergunta é: o que vamos fazer? Vamos apenas comemorar o fato de nosso Estado ter quase um terço de evangélicos e o Brasil 42 milhões de pessoas ligadas a alguma igreja cristã? Será que não é hora de avaliar a situação, pedir orientação divina para que a propagação do amor de Cristo seja pregado longe das doutrinas humanistas e místicas?
O IBGE e o fracasso da teologia da prosperidade
O IBGE publicou publicou uma informação que desconstrói totalmente o pressuposto neopentecostal de prosperidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística as famílias chefiadas por uma pessoa que segue a religião espírita têm maior rendimento médio mensal (R$ 3.796) do que as mantidas por um evangélico pentecostal (R$ 1.271), segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares.
O analista socioeconômico do IBGE, José Mauro de Freitas Júnior, diz que a escolaridade entre as religiões influenciou nos resultados. "Os maiores rendimentos são dos espíritas muito provavelmente, porque eles têm um grau de escolaridade maior do que os evangélicos pentecostais, que ficaram com a menor renda.
Também temos que levar em consideração que as famílias espíritas têm menor concentração de integrantes, 2%, enquanto que as evangélicas de origem pentecostal representam cerca de 11%", afirmou Freitas. Em relação às despesas, a pesquisa apontou que as famílias com maiores gastos total também foram aquelas chefiadas por espírita (R$ 3.617), enquanto as com menores gastos foram as evangélicas pentecostais (R$ 1.301). A maior proporção de famílias (74%) são da religião católica apostólica romana, e seu rendimento médio é de R$ 1.790. Os evangélicos, em geral, atingiram um rendimento médio familiar de R$ 1.500 e representou 17% do grupo familiar entrevistado.
Também temos que levar em consideração que as famílias espíritas têm menor concentração de integrantes, 2%, enquanto que as evangélicas de origem pentecostal representam cerca de 11%", afirmou Freitas. Em relação às despesas, a pesquisa apontou que as famílias com maiores gastos total também foram aquelas chefiadas por espírita (R$ 3.617), enquanto as com menores gastos foram as evangélicas pentecostais (R$ 1.301). A maior proporção de famílias (74%) são da religião católica apostólica romana, e seu rendimento médio é de R$ 1.790. Os evangélicos, em geral, atingiram um rendimento médio familiar de R$ 1.500 e representou 17% do grupo familiar entrevistado.
O estudo também se referiu ao item de gastos com pensões, mesadas e doações para as respectivas religiões. As famílias de origem evangélica pentecostal atingiram 21,4 % de despesas com doações (R$ 23), as pertencentes a evangélica de missão atingiram 21,9% (R$ 58) e as outras evangélicas 34% (R$ 59). Outro destaque da pesquisa foi com o item impostos, cuja referência espírita investiu 44,2% (R$ 236), cerca de três vezes a média do Brasil (R$ 79), brasileiros de outras religiões gastaram 42,9% e os que se declaram sem-religião e não-determinada 42,7%.
A pesquisa em questão serviu para confirmar que a prosperidade não é conquistada mediante a obediência de rituais mágicos e catársicos onde as bênçãos de Deus são trocadas ou vendidas por generosas contribuições financeiras.
Caro leitor, é possível que ao ler esta afirmação você esteja dizendo com seus botões: Ué, por que então os pastores da teologia da prosperidade são tão prósperos? "Elementar meu caro Watson", a prosperidade destes apóstolos se devem exclusivamente a venda de milagres, bençãos e indulgências.
Prezado amigo, do ponto de vista bíblico a prospridade não se dá mediante o toma-lá-dá-cá. Na verdade, as Escrituras nos ensinam que a prosperidade é fruto do trabalho. O reformador francês João Calvino acreditava que o homem possuía a responsabilidade de cumprir a sua vocação através do trabalho. Na visão de Calvino, não existe lugar para ociosidade em nossas agendas. E ao afirmar isto, o reformador francês, não estava a nos dizer de que homem deva ser um ativista, ou até mesmo um tipo de worhaholic. Na verdade, Calvino acreditava que a prosperidade era possível desde que fosse consequência direta do trabalho.
Acredito profundamente que se quisermos que nossas familias experimente prosperidade torna-se ncessário que invistamos em pelo menos dois aspectos:
1- Aumento de escolaridade.
Uma das principais marcas de um povo desenvolvido é educação. Infelizmente por fatores diversos, milhões de pessoas em nosso país vivem a margem da sociedade simplesmente pelo fato de terem abandoram a escola. Tenho plena convicção que ao voltar a sala de aula o crente será abençoado por Deus dando-lhe assim novas ferramentas que o ajudarão a experimentar a tão sonhada prosperidade.
2- Melhor qualificação profissional.
Prosperidade se dá mediante o trabalho. Invista na sua profissão. Faça cursos, participe de simpósios, leia muito e aprenda com quem sabe. Nesta perspectiva, seja o melhor sapateiro, eletricista, pedreiro, médico, dentista, advogado, professor e experimente das bênçãos do Senhor.
Caro leitor, tenho plena convicção que se desejarmos construir um país decente e sério, necessitamos romper com alguns paradigmas que nos cercam. Nações bem sucedidas são aquelas que se empenham na construção de valores e conceitos como honestidade, equidade, ética e retidão.
Infelizmente no país do gospel e do decreto espiritual apóstolico, o trabalho nem sempre é visto com bons olhos, até porque nesta perspectiva neo pentecostal, o trabalho foi feito para gente miserável e desqualificada que precisa sobreviver.
Isto posto, afirmo que o tempo de mudarmos nossos conceitos e valores é esse, além é claro de semear no coração do crente em Jesus , a idéia de que o trabalho é reflexo de uma grande bênção divina, a qual deve ser valorizado e dignificado.
Soli Deo Gloria,
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