sexta-feira, 6 de abril de 2012

Hannah afirma que fala todos os dias com Deus, que às vezes, segundo ela, caminha ao seu lado. Diz que, quando ocorrem essas experiências, ela sente que não é ela, mas outra pessoa com sentimentos e sensações distintos. O que não a livra do constrangimento de merecer tanta atenção do Todo Poderoso.

Essa jovem faz parte do grupo de evangélicos de Chicago e Palo Alto (Estados Unidos) que a antropóloga Tanya Luhrmann estudou por quatro anos para escrever um livro onde defende a tese de que as pessoas que afirmam ter contato com  divindades sofrem de alucinações não psicóticas.

A abordagem de Luhrmann é inédita porque os estudos sobre alucinações se concentram em pessoas esquizofrênicas e nas que têm outros transtornos mentais.

O que a antropóloga fez foi estudar pessoas tidas como “normais”, ou seja, emocionalmente estáveis, mas com experiência sensorial incomum, a do contato direto com Deus. Para ela, pesquisar essas alucinações é uma forma de entender como funciona a mente humana.

No livro When God Talks Back, Luhrmann conta que a maioria dos 30 evangélicos que entrevistou disse ter ouvido a voz de Deus ou agraciada com uma visão sagrada uma ou mais vezes ao longo de um período.
Livro aborda a alucinação de quem acredita que conversa com Deus
Livro surgiu de
estudo de 4 anos

Ela estima que, pelos relatos dos últimos cem anos registrados em estudos, de 10% a 15% dos norte-americanos e britânicos passaram pela experiência não psicótica de ouvir uma voz divina ou de ver algo que outras pessoas não conseguiam enxergar.

Luhrmann disse que a sensação de estar se comunicando com o sobrenatural não ocorre só com pessoas religiosas e que muitas delas não revelam essa experiência porque têm medo de serem considerados como doentes mentais.

A antropóloga escreveu que essas experiências se inserem dentro do padrão da normalidade desde que ocorram poucas vezes durante a vida das pessoas. Se forem frequentes, os casos passam a ser de debilidade mental, de alucinação psicótica. E esse parece ser o caso de Hannah.

Com informação do site Science News.

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